Estudantes apresentam tecnologias na Semana de Ciência e Tecnologia

Quem já imaginou a geração de energia com pilhas feitas à base de tomate, limão e batata? Essa tecnologia social desenvolvida por estudantes do curso técnico em Administração do Centro Territorial de Educação Profissional do Extremo Sul II (Eunápolis) pode ser conferida durante a exposição da Semana Nacional de Ciência e Tecnologia, que acontece no estacionamento E do Shopping Iguatemi até domingo (23/10), com o tema ‘Desafios do planeta, mudanças climáticas, desastres naturais e prevenção de riscos.

“Se encaixarmos uma placa de zinco e uma de cobre em cada lado do tomate, ligando-as por um circuito de fios, e colocarmos vinagre na perfuração, ocorre a liberação de energia de 1.25 volts do tomate. O mesmo acontece com a batata e o limão. Mas, em vez de vinagre, utilizamos sal para que a energia seja liberada”, explica a estudante Karolainy Rodrigues, 16 anos.

No estande do Centro Estadual de Educação Profissional em Saúde Tancredo Neves, localizado em Senhor do Bonfim, é possível verificar o poder curativo do Melão de São Caetano, planta nativa do Semiárido. A estudante do curso Técnico em Enfermagem, Vanuza Almeida, 33 anos, por meio de pesquisas, produziu sabão da planta para conter a incidência de dermatite na comunidade. “Verificamos que 90% das pessoas que utilizaram o sabão ficaram curadas da doença”, afirmou.

Vanuza desenvolveu, ainda, pomadas para assaduras e gel para entorses, além de outros produtos derivados do Melão de São Caetano. “É um produto natural, eficaz e a própria comunidade pode produzir. É uma maneira saudável e econômica de estar em dia com a saúde”, disse ela.

Casa ecológica - Os estudantes do curso técnico em Edificações, do Centro Territorial de Educação Profissional do Semiárido do Nordeste II, de Ribeira do Pombal, explicam como construíram a casa ecológica de 9m² no próprio Centro, utilizando materiais reaproveitáveis, como garrafas pets, cordas e madeiras.

“Mobilizamos a comunidade e arrecadamos cerca de 4 mil garrafas pets para substituírem os tijolos. Eu e mais 9 colegas construímos a casa toda em um mês”, disse a estudante Thainá Rosa, 16. Thainá salienta que esta é uma ação que conserva o meio ambiente, uma vez que se reutiliza materiais que geralmente são descartados de forma incorreta, poluindo o ambiente.

Sustentabilidade - A obtenção de biogás mediante uso de material orgânico é uma das tecnologias sociais apresentadas no estande do Colégio Estadual Pio XII, do município de Jaguaquara. Estudante do curso técnico em Agroindústria, Maílson Santos, conta que o município é grande produtor de hortifrutigranjeiro. A produção que não serve para ser comercializada é descartada de forma inadequada. “Observando a situação, decidimos construir um biodigestor que é ativado por meio de esterco bovino, água e vegetais, gerando o biogás que pode ser utilizado por produtores rurais no preparo de alimentos. Ao invés de cortarem árvores para conseguirem lenha, utilizam o esterco de seus animais e os vegetais de sua propriedade”. O material, que fica no biodigestor, é retirado para servir como adubo orgânico.

Já os estudantes de Agroindústria, do mesmo colégio, apresentam um secador econômico, desenvolvido com papelão, folhas de jornais, plástico e outros materiais reaproveitados. O sistema serve para desidratar o tomate transformando-o em tomate seco. “Em conserva, o tomate pode ser utilizado em pizza. Em pó, o tomate pode ser usado em caldos e sopas”, informa a estudante Josenira Marques, 18. Ela diz que o secador passa a ser uma fonte alternativa de renda da comunidade, até porque podem reaproveitar tomates machucados com pouco valor comercial.

Estímulo a pesquisa - Com esta ação pedagógica, os estudantes podem aprender conteúdos e trocar experiências, o que contribui para sua formação na medida em que compreendem e vivenciam particularidades da futura profissão. Estimular a pesquisa científica é uma das bases da Educação Profissional do Estado da Bahia, pois contribui para que os estudantes compreendam os fundamentos científicos e tecnológicos do sistema produtivo onde atuam e também o contexto socioeconômico e ambiental dos Territórios de Identidade nos quais estão inseridos.

 

Notícias Relacionadas